Particularmente, sou contra a greve no serviço público. Particularmente, considero a greve do funcionalismo de Araucária ilegal, além de exagerada. O grito que os sindicatos dão quer fazer crer que a Prefeitura está subtraindo direitos há uma eternidade quando, na verdade, a reposição da inflação deixou de ser concedida há apenas três meses e as progressões na carreira, as quais têm direito, no momento, uma minoria dos trabalhadores do Município, um pouco mais do que isso.
Minha posição contrária a greve que está aí também é reforçada quando sei que o maior prejudicado com ela é o cidadão araucariense, principalmente aqueles que mais carecem do Estado, como as crianças que vão para a escola ou para as creches não somente para aprender, mas também para ter o que comer. Ao parar, mesmo que parcialmente, um setor do Município, os sindicatos não punem o gestor, punem a população, que continua tendo que dar seus pulos para ir trabalhar e alimentar a máquina pública que pagará nossos salários no final do mês.
Há formas mais justas do que a greve, de chamarmos a atenção para o modo como a Prefeitura trata o servidor, se é que ele está sendo mal tratado mesmo. Pune-se o gestor que não dá a devida atenção ao funcionário subtraindo-lhe o voto na próxima eleição e, o pior, incentivando que outros façam o mesmo. Arrebenta-se com a imagem do prefeito fazendo protestos inteligentes, como este que se quer fazer agora, ocupando a frente do Paço Municipal ou mesmo de sua casa, alternando seus participantes para não afetar o atendimento ao público nas repartições. Judia-se do administrador, prestando um serviço de ótima qualidade ao munícipe, mas explicando-lhe que apesar da presteza no atendimento, não há reconhecimento por parte de quem comanda o Município. Pressões assim, porém, só podem ser exercidas por funcionários compromissados com a função pública que escolheram exercer e isto, infelizmente, não me parece ser o caso de alguns dos que insistem em continuar com a paralisação.
Também é preocupante na greve do momento a passionalidade que ela vem tomando. Há, de ambas as partes, movimentos que denotam uma intenção de atingir pessoas e não objetivos. Do lado dos grevistas, vê-se declarações revestidas de muita mágoa com relação ao comandante do Município, sentimentos que pareciam estar guardadinhos no fundo do baú e que vieram à tona com a greve. Do mesmo modo, há na Prefeitura o mesmo tipo de movimento. Isto não é bom! Afinal, mais cedo ou mais tarde, a paralisação vai acabar com um dos lados vencedores e será preciso se reestabelecer o diálogo para que a população, a única perdedora até o momento, não continue a sofrer mesmo com a decretação do término da guerra.
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